Monday, February 14, 2011

cafés, cigarros e dias de S.Valentim

Se eu fumasse teria acendido o cigarro agora. O fumo cobriria o ecrã do meu computador e talvez desse um ar decadente e intelectual a esta cena. Se fumasse tenho a certeza que beberia café, e por isso daria pequenos goles quentes enquanto os dedos dedilhavam nas teclas. Faria tudo devagar para que transmitisse ao espectador a dor da criação (coisa que sentiria caso fumasse e bebesse café). Sendo a vida como é sento-me ao computador só assim, sentada sem grandes romantismos e penso: Porque é que eu gosto de receber flores? O que me faz, a mim que li livros e fui educada por gente que não liga a essas coisas, gostar de bombons em caixas cor-de-rosa e ramos de flores que morrem no dia seguinte? Porquê que eu, de todas as pessoas, não posso ser como faria todo o sentido que fosse, uma alma que acredita que o dia dos namorados é como outro qualquer e que não passa de uma invenção do marketing internacional para que se gaste dinheiro.

Estaria agora no meu segundo café, com os dedos mais eléctricos da cafeína, talvez me vestisse de preto e a conversa fosse diferente. Não sendo, resta-me, mais uma vez esperar pelo dia em que finalmente alguém se resolva a esquecer de como as coisas devem ser e me dê um postalzinho piroso e um ramo de flores, daqueles que fazem corar qualquer pessoa.